sexta-feira, 25 de julho de 2008

INSONE


Não quero estar só
rogo as aranhas que me visitem
com sua nudez noturna
quando as vespas
afugentam meu odor...
Em minha companhia
o efêmero canto das formigas
raso e soturno
assola meus instigados timpanos.
No velho rádio
Marley já não diz
¨It is love¨
como penetrar neste abismo?
Sentado num vazio
refresco minhas pálpebras
com gotas de vinho,
nem um violão nem Dylan
separam-me
de uma noite vasta....


MARCIO MIRANDA

2 comentários:

Luciano Fraga disse...

revoadas insidiosas de insetos povoam a cabeça do poeta,em "noites vastas".Muito bom,parabéns. "Coidado".

anjobaldio disse...

Muito bom cara. Obrigado por tua visita. Pode publicar as imagens. Grande abraço.